Coluna: Advocacia na prática. Dra. Natálya Assunção. Advogada há mais de 10 anos, criadora do método contrato fechado.
Hoje iniciamos, eu e você, a nossa jornada aqui no Jusatualiza e nesta coluna, como anunciado, trataremos da advocacia na prática, porém ao contrário do que já vimos por aí, aqui será um espaço nosso para troca de experiências e principalmente uma oportunidade para você ficar por dentro do que há de mais novo em nosso mundo jurídico, no que tange a prática advocatícia.
Antes de iniciar nosso tema preciso me apresentar, até para que você tenha ciência de que tenho competência para tratar do assunto, ou você acredita em tudo que lê por aí?
Para resumir, pois gradualmente vou me apresentando melhor, sou advogada há quase 12 anos, atuo nas áreas cíveis, empresarial e ambiental, com foco na resolução de conflitos. Fiz algumas pós-graduações, inclusive no momento estou terminando duas nas áreas da psicologia e do marketing e já fiz inúmeros cursos de aperfeiçoamento, sempre voltado para aumentar o nível da minha advocacia.
Escolho hoje começar do começo e por mais redundante que isso possa parecer, ao final do tema de hoje você provavelmente concordará comigo que toda jornada exige um começo e a nossa está apenas começando!
O ano era 2011, estava recém habilitada e me encontrava com a seguinte sentença mental: Parabéns, agora você é advogada, mas por onde começar? E acredite ou não, essa sentença me acompanhou ainda por alguns meses, pois nas cadeiras da Faculdade eu sabia exatamente quais eram as regras do jogo e o que precisaria fazer
para alcançar a aprovação.
Agora, leia-se em 2011, lançada aos leões, digo ao Mercado Jurídico, ainda que tivesse passado por alguns estágios profissionais, ainda não sabia como começar e qual atividade desempenhar primeiro para alcançar, não mais a aprovação, mas a vivência na minha profissão.
Lembro-me que decidi indagar as pessoas que conhecia e já estavam há alguns anos na advocacia, já que não possuía nenhum familiar, naquela época, nesta profissão. Fiz ao total de quatro “entrevistas”, em uma delas, inclusive, fui encorajada a não tentar a advocacia, mas eu poderia não saber por onde começar, mas sabia qual era a minha
profissão!
Nas conversas, que aqui chamei de entrevistas, ainda que eu não tenha saído com uma jornada traçada, recebi alguns valiosos conselhos que vão nortear nosso tema de hoje.
Nessas entrevistas fui aconselhada a estudar bastante — o que para mim naquele momento soou quase como uma sentença de improcedência do meu pedido, eis que acabara de sair dos bancos da Faculdade e a teoria era a última das atividades que gostaria de cumprir.
Aqui, é importante que se diga, que a teoria é um pilar-base da Advocacia portanto, não deve ser negligenciada, afinal a nossa profissão está em constante evolução, sendo necessária a atualização e aperfeiçoamento.
Há quase 12 anos o conselho pode não ter sido muito bem recepcionado, mas eu sabia que a minha jornada só seria bem formada com uma base sólida, quero dizer, cabia exclusivamente a mim me manter atualizada e buscar me aperfeiçoar cada vez mais.
Ocorre que se apenas a teoria fosse a chave para o sucesso na advocacia, muitos dos meus colegas, chamados de “CDFs” no passado, estariam estampando os seus nomes nas portas e petições das grandes bancas. A teoria, por si só, não sustenta a advocacia!
E aqui chegamos ao segundo conselho que recebi naquelas entrevistas: pratique a advocacia! E talvez neste ponto você deva estar se perguntando como uma recém- advogada, que não sabia por onde começar, ia praticar a advocacia — eu também me perguntei isso, mas a verdade é que aquele conselho me deu gás para me “jogar na
aventura”.
O segundo pilar da Advocacia é a prática profissional e ainda que o estágio possa lhe experienciar o dia a dia de um escritório, o contato com os clientes, a elaboração de petições, presença em audiências e acompanhamento dos processos, a sua prática é supervisionada, agora, ou melhor, lá em 2011, eu precisava experienciar a prática a
partir das minhas próprias atuações, sem supervisão. Acontece naquele momento eu ainda não tinha clientes e precisava praticar, então eu precisava buscar meios para desenvolver esse pilar.
Em uma das entrevistas, o agora colega de profissão, me aconselhou a participar da OAB e expandir a minha rede de contatos. Eu depois entendi que aquele conselho inaugurava o terceiro pilar da advocacia que são as habilidades ou competências comportamentais, dentre elas o networking.
Como eu te alertei, não saí das entrevistas com a jornada da minha advocacia traçada, mas para toda jornada há um começo e naquele momento eu já possuía ao menos três grandes conselhos que com o passar do tempo e aprendizado
conseguiram elevar a minha advocacia a outro nível.
A advocacia é uma profissão desafiadora, que nos exige atualização constante, dedicação, comprometimento e perseverança. Não há fórmula mágica do “sucesso da advocacia”, mas toda advocacia de sucesso teve um começo.
Foi dada a largada em nossa jornada, te espero no próximo tema em que falaremos mais sobre a prática da advocacia e iremos juntos enfrentar os desafios do dia a dia de nossa profissão.
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